1.10.08

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Trabalho de Português
Primeiro ano B
Aluna: Maíra Oliveira Moraes



Diário de Pedro Joaquim
Viagem á India










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"Supor é bom - descobrir é melhor."
( Mark Twain )

8 de Julho de 1497

---Hoje ocorreu um episódio estranho durante a partida. Na praia do restelo estavam os parentes dos tripulantes das naus, mães, esposas, filhos e amigos que apinhavam-se na praia para dar adeus, e em meio de lagrimas e lamentos um velho de voz pesada inicia um discurso condenando nossa viagem, dizendo essa é uma aventura insana, impelida e ainda disse que era pelo desejo de riquezas, poder e fama.
---Disse que estávamos largando de mão os perigos urgentes do nosso país e indo um busca de perigos desconhecidos.
---Eu discordei totalmente desse senhor, pois essas viagens são para o desenvolvimento da nossa nação que carece realmente de atenção, mas para se descobrir novas terras, deve-se estar disposto a perder a terra de vista por um longo tempo.
---E nós não estamos em busca do desconhecido, sabemos o que queremos e iremos alcançar o nosso objetivo.

9 de Julho de 1497

---Ontem partimos do porto de Lisboa em meio a muita euforia. Eu como aprendiz de marinheiro sinto-me muito honrado de poder participar desta expedição para Calicute, pois a vejo como a melhor maneira de fazer parte dos grandes feitos do meu adorado país chamado Portugal e aprender esse sagrado ofício de navegar.
---Viajo junto a Vasco da Gama, capitão-mor de uma frota de quatro pequenas embarcações chamadas, São Rafael, Bérrio, São Gabriel, a qual estamos, e São Miguel usada para o transporte de mantimentos. Nós zarpamos do rio Tejo em demanda da Índia, tendo na tripulação desde degredados e marinheiros até religiosos e soldados.
---Já faz muito tempo que tenho planejado essa viagem para as índias, mas nunca havia tido uma oportunidade, até porque ainda não se conhece esse caminho marítimo. Mas será nessa expedição essa situação será transformada.
---O dia oito (o primeiro dia de viagem) foi muito desgastante, até porque o esforço físico que temos que efetuar é muito grande, checar os canhões, mudar a posição das velas devido o vento, limpar a nau e tantos mais que prefiro não citar.
---Meu maior medo e de todos os tripulantes, assim imagino, é enfrentar todas as monstruosidades que estão escondidas sob essas águas. Ninguém nunca provou que eles realmente existem, mas também nunca fizeram o contrário. Portanto prefiro prevenir e ficar atento a qualquer sinal.

26 de Julho de 1497

---No início da viagem, a frota navegava com vento norte favorecida pela corrente das Canárias até aproximadamente 20º N. Pouco tempo depois nos perdemos de uma das naus devido a um nevoeiro noturno. O reencontro em Cabo Verde foi dificultado por um mar calmo e sem ventos, fazendo com que a nau São Rafael não conseguisse chegar facilmente às ilhas. O reencontro ocorreu somente hoje.
---Toda a tripulação ficou muito aliviada com a notícia, pois não podemos perder nenhuma nau neste momento, ainda temos uma longa viagem pela frente e já temos poucos tripulantes, sendo que podemos enfrentar alguns conflitos nas paradas em países da costa africana como Moçambique, Melinde e Mombaça.

4 de Agosto de 1497

---No dia dois de agosto nós aportámos em Santa helena, sendo que a previsão é de que permaneceremos aqui por aproximadamente mais três dias.
---Eu tenho aprendido muito desde o início da viagem. Fui incentivado por meu pai a entrar nessa profissão, ele também era marinheiro e muito amigo de Vasco da Gama. Agora aos meus 29 anos estou muito feliz de ter seguido os passos dele, essa é realmente uma ocupação muito interessante, cheia de perigos, aventuras e recompensas, como um descobrimento. Meu pai sempre me dizia “Pedro toda profissão no mundo é cheia de recompensas quando você a faz com coragem e garra”, por isso estou investindo todas as minhas forças nessa viagem para que eu possa realizar o meu dever com a minha nação e comigo mesmo.
---Ao sair de Santa helena seguiremos viagem para Moçambique, podendo ocorrer algumas paradas durante o caminho para o reabastecimento de mantimentos.

16 de Novembro de 1497

---Estamos entrando na região do Cabo das Tormentas, não falta muito para chegar a Moçambique.
---Temos enfrentado muitos problemas que geralmente surgem durante as viagens. Agora não são somente os monstros que me preocupam, as doenças são cada vez mais freqüentes, principalmente o escorbuto, uma doença que tem como primeiros sintomas hemorragia nas gengivas, inchaço, dores nas articulações, feridas que não cicatrizam e pouca segurança na fixação dos dentes. Isso ocorre ,na minha concepção, porque ficamos muito tempo nos alimentando somente de bolachas e carne de porco salgada, logo não variando a dieta fica muito mais fácil adoecermos, o que normalmente acontece.
---Esse tal Cabo das Tormentas foi contornado pela primeira vez por Bartolomeu Dias, navegador também português que durante a sua passagem por este sofreu várias tempestades, infortúnio que pretendo que não passemos.

22 de Novembro 1497

---Algo inacreditável aconteceu durante a passagem do Cabo das Tormentas, a aparição de um gigante chamado Adamastor. Ele era amedrontador, tinha uma enorme estatura, um rosto carregado, uma barba suja e mal feita, quero dizer não feita, olhos encovados, seu tom de pele era terreno e pálido, cabelos crespos, boca negra, dentes amarelados e estava cheio de terra.
---Nunca tive a verdadeira idéia do que era ver o medo e o espanto no rosto das pessoas. Quando tomadas por esses sentimentos elas se sentem imunes, fracas e acham que a morte é o melhor remédio para uma situação em que até os mais corajosos se renderiam a tamanha monstruosidade.
---Viam-se muitas pessoas atirando-se ao mar, até que o gigante começou a falar, percebia-se sua ira pelo tom da voz, que apesar de já ser grave e alto estava visivelmente mais ensurdecedor do que o normal. Ele não estava muito satisfeito com a nossa presença, tomava o mar como se fosse seu e ele o guardião do mesmo, nos falava sobre a sua crueldade com os que atreviam passar por seus domínios.
---Mas aos poucos foi-se revelando um outro lado do feio e assustador gigante, uma face desconhecida a primeira vista mas que revelou-se através de suas falas. Adamastor sofria por amor não correspondido, ele tinha se apaixonado por Tétis, uma ninfa segundo ele. Ela era linda e encantadora, não havia igual em todo o mundo.
---Porém o amor não foi correspondido, e pela presença dele não agrada-la, deixou o local que ela vivia e foi embora, irado ou quase insano, nem mesmo ele sabe, partiu para o local onde ninguém veria o seu pranto e o seu sofrimento, e agora seus membros em longas águas se estenderam e sua grandíssima estatura converteu-se no cabo.
´---Ao final do relato ele desaparece e enfim conseguimos passar por esse tão difícil trecho da nossa viagem.

13 de Fevereiro de 1498

---As doenças que antes eu acompanhava de longe chegou até mim, por minha sorte meu problema apesar de sério não era tão ruim como se eu tivesse pego escorbuto.
---Devido a apouca água doce que encontrava nos navios e a grande quantidade de água salgada que bebia, sem querer, durante as tempestades fez com que eu desidratasse, ficando enfermo por vários meses.
--- A tripulação tem diminuído cada vez mais porque assim como eu várias pessoas estão ficando doentes e morrendo, principalmente aquelas que estão aqui na condição de degredado
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1 de Março de 1498

---Enfim estamos realmente próximos de Moçambique. A previsão é que estejamos na ilha em aproximadamente 1 a 2 dias. Que Deus esteja conosco e nos ajude a chegar às índias, posto que já estamos tão próximos do nosso destino.
---Pode-se ver que os tripulantes estão bastante cansados, pois estamos viajando a aproximadamente 236 dias, não só eles mas os marinheiros e Vasco da Gama também.

17 de Março de 1498

---Alguém nos traiu ou Deus esta realmente contra nós. Ao chegarmos em Moçambique fomos atacados traiçoeiramente pelos mouros, só podiam ser os mouros. Graças a ajuda dos marinheiros e dos aprendizes, é claro, conseguimos vence-los.
---Depois desses momentos de aperto eu fico me perguntando, até onde conseguiremos ir? É realmente difícil você não saber se vai viver ou vai morrer. Depender das marés, do tempo e de outros fatores que, por mais que desejemos, nós homens não podemos controlar é extremamente irritante.

18 de Março de 1498

---Depois do triunfo da noite anterior um piloto convidado foi recebido a bordo por Vasco da Gama. Eu sinceramente achei-o meio suspeito, olhando para tudo com um olhar malicioso e ainda deu uma risada de arrepiar, aquela risada de vilão literário.
---Um outro motivo para não gostar desse homem é o fato dele conviver entre mouros, que não são nada confiáveis. Não é que eu esteja com inveja, eu só acho que ele não é uma boa pessoa para nos guiar para Quíloa.

23 de Março de 1498

---Enfim chegamos à índia, isso ocorreu no dia 17. Na viagem de Melinde para Calicute passamos por uma das piores tempestades, ela foi tão violenta e repentina que não tivemos tempo nem para de amainar as velas, rompendo-as e quebrando os mastros. Era tal a fúria dos elementos que nada lhes resistia. Até as areias no fundo dos mares viam-se revolvidas. Na armada a situação era caótica. As pessoas gritavam e entravam em desespero, com as naus alagadas e os mastros derrubados. Eu cheguei até a pensar "será que fizemos tudo isso para naufragar tão próximo?".
---A tempestade se acalmou, amanheceu e quando o sol ainda mostrava-se vergonhoso piloto melindano avistou a costa de Calicute.

25 de Março de 1498

---Nem Vasco da Gama, muito menos eu entendemos o que aconteceu. De repente os ventos mudaram, fazendo com que trocássemos o destino para o norte em direção a Mombaça, apesar de todos os esforços dos marinheiros e pilotos para lutar contra o vento que soprava constantemente e com muita força para a direção anteriormente citada.
---Agora estamos navegando para Mombaça, cidade, também da costa africana na qual esperamos ser mais bem recebidos, pois estamos todos muito desgastados dessa viagem, e alem disso muitos são os que estão ficando doentes, e nós que embarcamos com 170 homens temos no máximo 70 neste momento.

1O de Abril de 1498

---Na minha opinião existe alguma força conspirando sobre nós portugueses, e com toda a certeza é a nosso favor.
---Ao tentarmos entra no porto de Mombaça, isso depois de Vasco da Gama ter enviado dois condenados portugueses para obter informações acerca da terra e eles voltarem dizendo que estávamos entre gente Cristã, o barco simplesmente não avançava, quando fomos ver o que estava acontecendo evidenciamos o verdadeiro significado de beleza personificado, as belas nereidas estava impedindo o movimento da nau, não sei extamente o motivo da ação mas foi uma maravilha admirar durante alguns minutos aquelas belas criaturas.

---A cena foi interrompida pelo barulho de algo caindo sobre a água, quando vimos o piloto mouro e os companheiros que também tinham sido embarcados na ilha de Moçambique, percebendo que os seus objetivos tinham sido descobertos, fugiram precipitadamente lançando-se ao mar, perante a admiração de Vasco da Gama.
---Depois do que aconteceu todos entendemos a traição, e agradecemos pelo que nos salvou milagrosamente.

15 de Abril de 1498

---Nós continuamos a viagem, só que agora para Melinde, sendo que no dia 13 de abril chegamos ao destino, a cada dia que passava menos faltava para que alcançássemos o nosso objetivo principal.
---Ao chegar Vasco da gama envia um embaixador à terra, sendo ele favoravelmente acolhido pelo rei. Pouco tempo depois volta o capitão-mor com o rei curioso para conhecer a armada portuguesa.
---Depois da festa de despedida a nossa armada parte de Melinde para a Índia levando um piloto Melindano.

30 de agosto de 1498

---Durante essa última semana passei a maior parte do tempo explorando essa nova terra, mas pude perceber que Vasco da Gama tentou entender-se com o samorim porém o mesmo não foi muito anfitrião, para falar a verdade somente em Melinde fomos bem recebidos até agora.---Um catual que ficou fascinado pela bandeira portuguesa, nos traiu, e prendeu Vasco da Gama. Não sei o motivo pois preferi não comentar sobre isso com ele. Mas esperto como é o capitão conseguiu negociar com o traidor e conquistou a sua liberdade através de um acordo. O catual deixou-o embarcar, mas Gama teve de lhe dar em troca fazendas europeias.
---Depois do retorno de Vasco da Gama dois feitores portugueses foram presos talvez para atrasar o nosso retorno, só não sei porque tal desejo.
---O capitão-mor de nossa armada impediu que vários mercadores da Índia regressassem a terra e, tomando-os como reféns, ordenou a partida. Por ordem do Samorim, foram restituídos os dois feitores portugueses e as fazendas. Depois do acontecido iniciamos a volta para Portugal, estavamos muito aliviados de termos cumprido com o nosso dever e iriamos voltar gloriosos para a nossa amada nação.

28 de Setembro de 1498

---Na viagem de volta para Portugal a tão sonhada recompensa apareceu, encontramos uma ilha em meio ao mar aberto, ela é chamada de Ilha dos amores, tudo parecia estar pronto para a nossa chegada, um banquete estava a nossa espera, fazia muito tempo que eu não comia tão bem. E o melhor de tudo, haviam muitas mulheres nessa ilha, eu me apaixonei por uma chamadaTeja, seus lábios são rosados como uma maçã, sua pele é macia como um pêssego, e seu longos cabelos são como os raios do sol, brilhantes e aquecedores.
---Ela não pode ir embora da ilha, portanto eu também não a deixarei, apesar de amar muito a minha pátria eu amo mais a Teja. O meu mais novo porto seguro.